17/07/09

... Derivações


Habituei-me a ouvir: "É bonito! Arrepia-me... mas não entendo!!"

Sorrio. Se "arrepia" chegou ao destino.


Por outro lado, alguém disse: "Gosto. Já li várias vezes... mas não tens receio de te expor?!"
Voltei a sorrir. Todos nos "expomos" de um modo ou outro. Não há como evitá-lo!

Mas, expor o quê? Expor-me a quem?!
Pensando bem... exponho sim!


Exponho a alma que existe em mim

Raiva e Amor, paixão, desejo...
Exponho a vida tal como a vejo

Ao sol, à sombra, princípio e fim


Palavras soltas sem terem voz

Emoção, loucura e pesadelo
Mas também sei que em paralelo

serei o espelho de alguns de vós

Se a minha mão não tem um freio
e do meu peito agarra o grito
nesta bênção, talvez castigo


Neste condão que comigo veio

não estarei só, eu acredito:

-Nesse "arrepio" tu estás comigo!


Exponho sim! Mas sobretudo perante mim e Ele.
Os outros... os outros vêem o que poderem ver!

Filó (2009)


16/07/09

Milagre de Amor

No livro colectânea Alameda dos Poetas de 1993
página 73

Milagre de Amor
Singela homenagem a todas as mulheres que enfrentam a vida com aquela coragem e determinação que só o Amor pode transmitir!
Beijinho para ti, tia!!



Mulher,
quem te dá teu valor?
Quem olha para ti e diz :
"_ Muito obrigado pela tua valentia!" ?...

...

Mulher,
tu que sofreste as maiores agruras da vida
palmilhando montes e vales
sob sol ou chuva fria
correndo atrás de um sonho
só com esperança para te alimentar...
diz-me:
quem te deu forças para continuar?

Viste o teu homem partir
envolto no véu negro da morte
e tu tão frágil, foste tão forte!...

Com teus filhos nos braços
sozinha te viste nas encruzilhadas da vida.
Mulher moça, mas tão sofrida!

Sofreste a tortura da solidão
e nas encruzilhadas dos caminhos
não encontraste compreensão
mas asquerosas propostas
de quem se queria aproveitar de ti...
Mas tu foste forte
e soubeste dizer -Não!

Pegaste teus filhos, aqueles pedacinhos de ti
e partiste para a luta.
Lutaste contra tudo e contra todos
numa força até para ti desconhecida;
e do nada que então foste
hoje és Alguém na vida!

Mas quem vê onde hoje estás
triunfante da tua glória,
não sabe olhar para trás,
ver o caminho que percorreste,
tudo aquilo que tu sofreste
para conseguires a vitória.

E se houve algum milagre
que te trouxe esse esplendor
Para mim foi certamente
Um Milagre do Teu Amor

Filó(1988)

14/07/09

Alentejo Litoral




Alentejo Litoral
Linda praia, meu encanto
neste azul, o meu recanto
como tu não há igual

O mar belo: esplendor|
Natureza assim tão bela!
Extasiada fico a vê-la
cada vez com mais amor

P'la avenida já desfila
o cântico que te embala
nesta suave claridade

esta luz que em ti cintila
é a voz que por ti fala
ó minha linda cidade!

Filó (2009)

Maresias... introdução


Porque escrevo?
A resposta imediata seria: -não sei!
Resposta fácil que me ilibaria de pensar, de chegar lá ao fundo, de ir mais além, de mexer e remexer onde evitamos ir... Mas eu vou. Gosto de ir. Afinal é aí que encontro as respostas. Pode até doer um pouco, mas em todas as feridas tem que haver dor antes de sarar.
Também muitas vezes dói escrever, e eu escrevo! Nem há como evitá-lo.
Porque escrevo?
O difícil não é sabê-lo, o difícil é admiti-lo perante os outros, dar a cara... aos outros... sempre os outros: eternos fantasmas rodeando a assombrando; como se não fossemos todos feitos da mesma matéria ao nascer e ao morrer. Como se não estivéssemos todos no mesmo barco!
Enfim!...

Afinal, porque escrevo?
Por tantas razões, e por nenhuma!

De muito cedo enfrentei a barreira da comunicação.
As palavras faladas não preenchiam os vazios da minha necessidade.
(E ainda hoje poucas vezes preenchem! Ou porque são raras, ou porque pouco as encontrei, ou até, porque também eu nunca aprendi como falá-las...)
Desde muito cedo recorri à palavra escrita para satisfazer a ânsia de tomar contacto com outros conhecimentos, outras ideias, outros ideais e foi assim que entrei num mundo abstracto, diferente, mágico até, onde podia viajar, experiênciar e aprender sem sair do lugar e, sobretudo, sem me expor. Isso sim era-me permitido, e eu devorei tudo quanto me passou pela mão na altura. ... Agora não tanto!
Depois, verifiquei que podia fazer o inverso.
Podia ser eu a dar asas ás palavras que fluíam e se multiplicavam cá dentro e que não tinham como sair para o mundo exterior. O meu escape que asseguraria, de certo modo, o meu (talvez) equilíbrio durante uma grande parte da minha vida.
Ali eu era mais Eu, sem contestação!

Uma fuga ainda inconsciente no início, mas que se tornou presente pela vida fora.

Não importava que ninguém soubesse, o importante era o prazer a liberdade que isso me trazia.
As viagens ao interior de mim, as minhas constatações, a descoberta do meu Eu, as minhas raivas, as minhas revoltas, os meus pequenos/grandes segredos e, sobretudo, o aumentar da compreensão de pequenas/grandes questões com que me defrontava no dia a dia, ali, no meu pequeno mundo de palavras.
A musicalidade das sílabas entretanto encantava-me, tornaram-se um jogo fascinante, e assim nasceram os primeiros "poemas"... O casamento perfeito fundindo a emoção/palavra numa droga tomada a pequenos goles, um prazer/dor confundidos e muitas vezes amargos.

Muito mais tarde tomei a liberdade de mostrar alguns desses meus "segredos".
Chamaram-lhes sensibilidade, chamaram-me poetisa!
Se o sou, ás vezes mais valera não ser!... Mas enfim...

E assim aqui chego.
Poetisa ou não, não me interessa por demais. Nunca me interessou.
O que interessa, isso sim, é a chama que vem não sei de onde, que abarca tudo e me lança num mundo de palavras e que são, só e apenas, algo aqui dentro a querer projectar-se e expandir-se.

E é tudo talvez, ou algo mais ainda que me impulsiona a escrever!
E um dia saberei mais.


Filomena Vilhena (Filó)

Poema a muitas mãos

De uma pequena brincadeira podem surgir resultados espectaculares!
Uma prova disso é este poema a 8 mãos
onde a amizade e a partilha colocou este grupinho em sintonia num objectivo comum.

Obrigada, amigas, pelo resultado!
Estamos todas de PARABÉNS!!


VIAJO NAS ASAS DO SONHO - - Filó

SONHO É IMAGINAÇÃO E ENCANTAMENTO - - Ana

NESSAS ASAS EU ME PONHO - - Zézinha Coelho
À ESPERA DE UM GRANDE MOMENTO - - Paulinha

DE ESTRELAS ESPELHADO - - Cila
NO AZUL DO FIRMAMENTO. - - Cila

LEVO COMIGO AMOR E ALEGRIA - - Fernanda
E A ESPERANÇA NO DIA QUE VEM - - Ivone
DEIXO PARA TRAZ A NOSTALGIA - - Cacilda

E A MONOTONIA TAMBÉM - - Cacilda

NA IDEIA, UM SORRISO DE CRIANÇA - - Cila

E A PAZ DE UMA VIDA DE BONANÇA! - - Fernanda

COMO SOU FELIZ SONHANDO!! - - Zézinha Coelho

PINTO A CORES O MEU PARAÍSO - - Filó
DE BABILÓNIA JARDIM FLORIDO - - Cacilda

DOS PECADORES NÃO FAREI JUÍZO - - Cila
OLHO EM FRENTE E VOU CAMINHANDO - - Ivone

SEMPRE COM UM GRANDE SORRISO - - Paulinha

E NESTE VIAJAR DE ALQUIMIA - - Cacilda
FAÇO MAIS FELIZ O MEU DIA - - Filó

COM UMA VARINHA DE CONDÃO - - Ivone

E SE O SONHO ME ACORDAR - - Cila

CONTINUAREI A SONHAR!... - - Paulinha

... NÃO HAVERÁ MAIS SOLIDÃO. - - Filó