08/05/09

Poema para minha Mãe

Há quanto tempo, mãe!
As palavras perdem-se no tempo
escoam-se na vida, perdem o sentido
e não têm poder para dizer
tudo aquilo que ficou por dizer-te!...
... Aquilo que eu não tinha como dizer-te na altura.
Hoje compreendo-te (e compreendo-me)
um pouco melhor do que antes,
mas é tarde, e lamento.

Mas hoje
podes ver dentro de mim
o conteúdo dos aparentes silêncios...
ler a minha alma, o meu coração
... e saber, e sentir
aqui dentro
sem barreiras
sem mascaras
sem culpas
sem medos
que atrapalhem a comunicação.

É aqui que encontras
as minhas Verdades mais Puras
mais reais
mais vivas
mais verdadeiras...

É aí que hoje comunicamos...
E isso hoje me basta.

Ainda não sei das palavras vivas para te falar
a maneira certa de o fazer
mas isso não importa mais.
A minha Paz é a mais valiosa prova da tua compreensão e do teu perdão.
A tua Paz sei que a encontraste.



Obrigada por tudo, mãe!
Sabes que continuas aqui, no meu coração, hoje e sempre!

Um dia, quem sabe, nos encontraremos algures.......

Filó (2006)

2 comentários:

Cacilda disse...

Filó!
Como eu gostava de saber expressar-me como tu! Nem precisava tanto... Mas isso é um dom que nasce com a pessoa e é explorado ao longo da vida por quem tem essa consciência e gosto em fazê-lo. Já estava admirada por não teres posto um novo (ou velho) poema no teu "cantinho". É sempre um prazer lê-los.
Beijinhos
Cacilda

Filó disse...

Obrigada, Cacilda pelo carinho!!

Penso que de "poetas" todos temos um pouco em determinadas alturas.
Mas também concordo que, como tudo na vida, tal como diz, será preciso algum empenho...

Estive um tempo ausente, mas estou de volta para mais poeminhas ;)

Beijinho
Filó